
«Eu tive o prazer e o desafio durante as últimas décadas de participar do Projecto Rock e Teologia, subscrito pela Liturgical Press, que envolve teólogos que também são músicos e fãs de rock que escrevem sobre o que há de comum entre “teologia sacra” e “música secular.” E num espírito de conversação infra-católico, alguns vídeos recentes de YouTube de inspiração beneditina para este projecto parecem uma boa ocasião para reintroduzir Notker Wolf aos leitores deste blog patrocinado por jesuítas.
Entrei em contacto com a ideia inicial para o Projecto Rock e Teologia há cerca de 4 anos atrás quando um bom amigo meu, um teólogo respeitado cujo respeito provavelmente depende de o manter anónimo neste caso, enviou-me uma ligação para este relato em Whispers in the Loggia sobre Notker Wolf, OSB, o abade primaz dos beneditinos. Não fazia ideia de que Wolf praticava música rock, mas estava lá Rocco Palmo, a noticiar que Notker Wolf estava ao telefone comigo, a cantar “Highway to Hell” dos AC/DC. E havia uma incrível imagem de Wolf com uma guitarra eléctrica a acompanhar os Whispers Report. (em “Hungry Like the Wolf,” conto a estória em maior detalhe.)
Notker Wolf é um músico de rock praticante que grava e faz concertos (segundo o seu sítio de Internet, há 2 meses atrás) com a sua banda Feedback. A sua banda é frequentemente referida como uma banda de rock cristã, e ele toca guitarra vestindo uma cruz peitoral que o posiciona estilisticamente algures entre o hip-hop e o metal. No entanto, segundo a sua playlist, Feedback também faz covers de ”Tie Your Mother Down” dos Queen, “Fool for Your Stockings” de ZZ Top, e da lenta “Blue on Black” de autoria do jovem génio do blues Kenny Wayne Shepherd, assim como de Black Crowes, Rolling Stones e (surpresa!) Depeche Mode.
Penso que o que mais me cativou no exemplo de Wolf foi a sua evidente liberdade de trazer algo de novo a partir da sua vocação religiosa, algo concernente à sua legítima estranheza. Esta liberdade, sim, e também a perspectiva espiritual de Wolf de enxergar algo no que outros possam considerar obras “profanas,” de ver um domínio de sentimento pela vida na música “popular” “secular,” de libertação imperfeita embora real de sentimento e forma, e daí ao “mais” carregando o que é dignificado no consentimento à realidade que a música secular/popular, na sua credibilidade contemporânea, permite. É assim apesar de ― e por causa de ― a banda de Wolf parecer ter uma queda particular pelo rock blues dos anos 70 com mais do que um cheirinho de carnal.”»
04/10/2018
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