Ao longo dos anos, ouvimos diferentes opiniões sobre a Devoção da Divina Misericórdia; não tínhamos uma opinião formada acerca da mesma. O facto é que em 1950, a Devoção da Divina Misericórdia foi suprimida e o diário da Irmã Faustina foi posto no índice de livros proibidos. Somente depois do Vaticano II é que este foi reabilitado, por João Paulo II, em todo o mundo. Além disso, algo que nos preocupava é que tal devoção parecia ser popular no meio dos «católicos» carismáticos, e que parecia ser utilizada como um substituto do Rosário. Há algum tempo atrás, um de nós decidiu dar uma vista de olhos no livro com mais de 600 páginas A Misericórdia Divina na minha alma, um diário escrito pela Irmã Faustina Kowalski. Abaixo seguem-se apenas algumas das coisas estranhas que encontrámos nessa investigação que foram suficientes para convencer-nos de que essa «devoção» é algo a evitar.
Na página 23 do livro A Misericórdia Divina na minha alma (O Diário da Irmã Faustina), é dito: «… e a hóstia saiu do tabernáculo e pousou nas minhas mãos, e eu, com alegria, coloquei-a de volta no tabernáculo. O mesmo sucedeu-se uma segunda vez, e eu de igual forma agi. E, por surpresa, aconteceu uma terceira vez…»1
Na página 89 do livro A Misericórdia Divina na minha alma, é dito: «Quando o padre abordou-me uma vez mais, levantei a hóstia para que ele a voltasse a pôr no cálice, porque, quando eu pela primeira vez recebi Jesus, não podia falar antes de consumir a hóstia, e portanto não lhe podia dizer que a hóstia tinha caído ao chão. Mas, enquanto a hóstia permaneceu nas minhas mãos, senti tal poder de amor, que pelo resto do dia não consegui comer nem estar no total controlo de mim mesma. Ouvi as palavras vindas da hóstia: “Desejei permanecer em tuas mãos, não apenas no teu coração.»2
Na página 168, é dito: «No momento em que me ajoelhei para negar a minha própria vontade, tal como o Senhor pedira-me para fazer, ouvi esta voz na minha alma: “De agora em diante, não temas o julgamento divino, pois não serás julgada.”»3 (De 4 de Fev. de 1935)
Na página 176, «Jesus» diz a ela: «És uma doce uva e um cacho escolhido; quero que o sumo que flui dentro de ti seja partilhado com os outros.»4
Na página 191, «Jesus» diz a ela: «Por ti, reterei a minha mão que pune; por ti abençoarei a Terra.» (Ver também a página 378.)5
Na página 247, «Jesus» diz a ela: «Saiba também disto, Minha filha: Todas as criaturas, ora cientes disso ou não, quer queiram quer não, sempre cumprem a minha vontade… Se quiseres, filha minha, criarei neste instante um novo mundo, mais bonito que este, no qual viverás para o resto da tua vida.»6
Na página 260, «Jesus» diz a ela: «Pois muitas almas voltarão das portas do Inferno e irão fazer culto à Minha misericórdia.»7
Na página 374, «Jesus» disse: «Se não adorarem a Minha misericórdia, perecerão por toda a eternidade.»8
Na página 382, «Jesus» disse: «Desejo que a Minha misericórdia seja cultuada.»9
Na página 288, «Jesus» disse: «É por isso que uno-me a ti de uma forma tão íntima que não é equiparável a qualquer outra.»10
Na página 400, «Jesus» disse: «Observo o teu amor tão puro, mais puro que aqueles dos anjos, e mais ainda porque continuas a combater. Por ti abençoarei o mundo.»11
Na página 417, lemos que «Jesus» supostamente fez a seguinte introdução à Irmã Faustina: «Diz ao Superior Geral para contar contigo como a irmã mais fiel na Ordem.»12
Na página 583, a Irmã Faustina disse: «Quando recebi o Mensageiro do Sagrado Coração na minha mão e li o relato da canonização de Sto. André Bobola, a minha alma foi invadida por um grande desejo de a nossa congregação também ter um santo, pelo que chorei como uma criança pois não havia santos entre nós. E disse ao Senhor, “conheço a vossa generosidade, mas parece que sois menos generoso connosco.” E comecei a chorar uma vez mais como uma criança. E o Senhor Jesus disse-me, “Não chores. Tu és essa santa.”»13
Na página 602, lemos que «Jesus» supostamente disse: «Não os suporto, pois não são nem bons nem maus.»14
Na página 612, lemos que «Jesus» supostamente disse: «Tenho um especial amor pela Polónia, a qual, se for obediente à Minha vontade, exaltarei em poder e santidade. Dela sairá a faísca que preparará o mundo para a Minha vinda final.»15
Na página 643, lemos que a Irmã Faustina disse após receber a comunhão: «Jesus, transformai-me noutra hóstia! (…) Sois grande e todo-poderoso; está em vosso poder conceder-me tal favor. E o Senhor respondeu-me: “Tu és uma hóstia viva.”»16
Na página 208, «Jesus» supostamente falou à irmã Faustina sobre a Devoção da Divina Misericórdia e supostamente instruiu-a a respeito daquilo que deve ser dito nas contas do Rosário: «Essa oração [a Devoção da Divina Misericórdia] irá servir para apasiguar a minha ira. A recitarás por nove dias, nas contas do Rosário, da seguinte maneira: Primeiro, dirás um Pai Nosso, uma Avé Maria e o Creio em Deus. Então, nas contas do Pai Nosso, dirás as seguintes palavras: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade do Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro.” Nas contas da Avé Maria, dirás as seguintes palavras: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.” Em conclusão, recitarás três vezes as seguintes palavras: “Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.”»17 (Sábado, 14 de Set., 1935)
As afirmações supracitadas apresentam-nos vários problemas. O primeiro problema é a promoção da prática da Comunhão na mão, que é alegadamente promovida por Nosso Senhor. A hóstia transporta-se para as mãos dela várias vezes; Nosso Senhor supostamente diz que deseja repousar em suas mãos. Cremos que isto é uma artimanha diabólica para que a prática da Comunhão na mão fosse intelectualmente aceite de antemão, antes da religião do Vaticano II.
Em segundo lugar, vemos louvores desnecessários feitos à irmã. Vemos coisas ditas supostamente por Nosso Senhor a ela que não cultivariam humildade, mas sim vaidade — que basicamente ela é a melhor coisa que há no mundo. Não cremos que Nosso Senhor alguma vez a instruiria a dizer ao seu superior que ela era a irmã mais fiel da Ordem. Nosso Senhor poderia dizê-lo ao superior, caso pretendesse que tal facto fosse conhecido.
Em terceiro lugar, vemos que é dito à Irmã Faustina que a faísca de Deus — que preparará o mundo para a Sua Segunda Vinda — vem da Polónia! A interpretação disto é que a pessoa escolhida por Deus foi João Paulo II, que era da Polónia! Uma vez que sabemos que João Paulo II foi um apóstata, um antipapa não-católico, um homem que promovia falsas religiões do mundo, isso demonstra-nos uma vez mais que as revelações da Irmã Faustina vieram do demónio. De facto, diz-nos o quanto o demónio queria obter apoio para João Paulo II.
Em quarto lugar, a Devoção da Divina Misericórdia é centrada na misericórdia em tempos em que a humanidade estava à beira de transbordar o cálice da justiça divina. O problema naquela altura, e o de hoje, como é óbvio, era que o homem não temia a Deus e continuava a ofendê-lo. O que precisavam era de ouvir sobre a Sua justiça. Mas a devoção da Divina Misericórdia foi a falsa devoção e mensagem perfeita para fazer com que as pessoas cressem que iriam obter a misericórdia de Deus mesmo que continuassem nos seus pecados; até chega a instruir as pessoas a «cultuar» a Sua misericórdia.
Em quinto lugar, e talvez o mais importante, iria Deus revelar uma nova devoção a ser dita nas contas do Rosário pouco tempo após a Sua Mãe ter vindo à Fátima operar um portentoso milagre para revelar, entre outras coisas, a necessidade do Rosário? A instrução específica dada à Irmã Faustina para a Devoção da Divina Misericórdia, de que essa deve ser rezada nas contas do Rosário, é claramente, cremos, o substituto do demónio para o Rosário. E temos visto tal prática a ser utilizada deste modo no caso de muitas almas. A Devoção da Divina Misericórdia é uma falsificação astuta que, sendo ela tradicional em muitos aspectos, serve o propósito do demónio de conseguir que esta contra-devoção seja inserida nos círculos conservadores, os quais dela se servirão como substituto do Rosário.
Levando em consideração todas essas coisas, a devoção da Divina Misericórdia é algo a ser evitado pelos católicos. Devem ao invés rezar um Rosário extra ou as Estações da Cruz.
Notas finais:
1 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, Stockbridge, MA: Marian Press, 1987, pág. 23.
2 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 89.
3 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 168.
4 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 176.
5 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 191.
6 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 247.
7 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 260.
8 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 347.
9 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 382.
10 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 288.
11 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 400.
12 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 417.
13 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 583.
14 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 602.
15 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 612.
16 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 643.
17 Divine Mercy in My Soul, The Diary of Sr. Faustina, pág. 208.
Sem duvida esse artigo comprovou minhas duvidas sobre o tema. obrigado, que nossa senhora o guarde.
Salve Maria! Ótimo artigo, parabéns pela página!
Salve Maria!
É evidente que este diário é uma farsa. Essa freira foi excomungada 3 vezes, tendo seu manuscrito inserido ao livro do Indexx. O antipapa Paulo VI extinguiu o Index. Se olhares a imagem associada, o Coração de Jesus não aparece. No lugar do coração saem raios. A verdadeira imagem do Coração de Jesus é outra… Rezemos, diariamente, o Rosário conforme revelado por Nossa Senhora, a mãe de Deus: mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos.
Viva Cristo Rei!