
É um dogma que não há salvação fora da Igreja Católica. Todos os que morrem não-católicos vão para o Inferno. Por conseguinte, não se pode fazer orações para pessoas que morrem não-católicos. Se uma determinada pessoa foi um não-católico ou um herege durante a vida, ao menos que haja evidência no foro externo de uma conversão à verdadeira fé, considera-se que a pessoa morreu tal como ele ou ela viveu (isto é, como um não-católico e fora da Igreja). Portanto, não se pode fazer orações para uma pessoa que, de acordo com a última evidência disponível, foi um não-católico ou um herege na esperança de ter havido uma conversão durante os últimos dias da pessoa em questão. Só é permitido fazer orações para pessoas que morreram com a verdadeira fé. Seguem-se algumas citações que reiteram o ensinamento da Igreja de que católicos não podem rezar por (ou considerar como parte dos fiéis defuntos) aqueles que morem como não-católicos ou desprovidos da verdadeira fé.
São Gregório Magno, Moralia, Livro 34: «A mesma razão, portanto, aplica-se para não se rogar por homens condenados ao fogo eterno, do que a que agora se aplica para se não rogar pelo demónio e os seus anjos, os quais foram consignados à punição eterna. E é por este motivo que agora homens santos não rezam por homens infiéis e ímpios que estão mortos; pois não querem eles que o mérito das suas orações seja reservado, na presença daquele Justo Juiz, para aqueles cuja consignação à punição eterna é por eles conhecida de antemão.»

São Tomás de Aquino, Summa Theologiae, Suppl. Q. 71, A. 5.: «Gregório diz (Moralia xxxiv): «A mesma razão que se aplica, portanto, para não se rogar (isto é, depois do julgamento final) por homens condenados ao fogo eterno, aplica-se também para não se rogar pelo demónio e os seus anjos que foram condenados à punição eterna, e, por este motivo, os santos não rogam pelos defuntos infiéis ou ímpios, por que, certamente, sabendo de antemão que estes já estavam condenados à punição eterna, poupam-se de rogar por eles pelos méritos das suas orações…»
São Tomás também cita Santo Agostinho, o qual ensinou a mesma coisa:
São Tomás de Aquino, Summa Theologiae, Suppl. Q. 71, A. 5.: «Ademais, o texto (iv. Sent. D 45) cita as palavras de Agostinho (De Verb. Apost. Serm. xxxii): “Se um homem aparta-se desta vida sem a fé que opera pela caridade e pelos seus sacramentos, em vão recorrerão os seus amigos a tais actos de bondade [orações e sufrágios por eles].” Ora, tais são todos os condenados. Logo, os sufrágios não lhes aproveitam.»
Ao articular o princípio (isto é, que só se pode fazer orações para os que morreram verdadeiros cristãos, não para hereges e não-católicos), o Papa São Gregório II diz também que não é permitido fazer orações para aqueles que morrem como verdadeiros cristãos (isto é, católicos) mas que no entanto estavam em claro estado de pecado. Por conseguinte, para que se possa rezar por um determinado defunto, requer-se que ele ou ela possuam a verdadeira fé católica e não morram em pecado mortal.
Papa São Gregório II, (circa A.D. 731): «Pedis por conselho a respeito da licitude de fazer oferendas pelos mortos. Este é o ensinamento da Igreja — que todo o homem deve fazer oferendas para aqueles que morrem verdadeiros cristãos [católicos]… Porém, não lhe é permitido fazê-lo para aqueles que morreram em estado de pecado mesmo que fossem cristãos.»
Na citação seguinte, São Francisco Xavier fala de um pirata pagão que morrera em seu barco. Ele diz que «com as suas próprias mãos, [ele] atirou a sua alma para o Inferno», e ele repete o princípio de que não se deve fazer orações para pessoas que morrem fora da verdadeira fé.
São Francisco Xavier, 5 de Nov., 1549: «O pirata que comandou o nosso junco morreu aqui em Cangoxima. Ele fez o seu trabalho, no seu todo, tal como queríamos… ele escolheu por si mesmo morrer em suas superstições; nem sequer deixou-nos em poder de recompensá-lo pela sua generosidade, coisa que podemos fazer a outros amigos que morrem na profissão da fé cristã, encomendando as suas almas a Deus, visto que o pobre companheiro, com as suas próprias mãos, atirou a sua alma para o Inferno, onde não há redenção.»