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«Novo líder jesuíta alega que as própria palavras de Jesus contra divórcio são “relativas”, sujeitas a “interpretação”»
lifesitenews.com
«O novo líder da ordem Jesuíta, uma das figuras mais poderosas mundialmente na Igreja Católica, afirmou numa entrevista que as palavras de Jesus contra o divórcio são “relativas” e precisam ser “discernidas” de acordo com a “consciência” de cada indivíduo.
O Pe. Arturo Sosa Abascal fez essas declarações numa entrevista com Giuseppe Rusconi publicada no dia 18 de Fevereiro no blog Rossoporpora. As partes relevantes da entrevista, traduzida por Mateus Sherry para o especialista em questões relacionadas com o Vaticano, Sandro Magister, aparecem abaixo…
Abascal, da Venezuela, foi eleito 31º Superior-Geral dos Jesuítas em Outubro…
A entrevista de Abascal foi realizada nove meses depois de o Papa Francisco ter publicado a controversa Exortação Amoris Laetitia. Prelados dissidentes têm utilizado trechos ambíguos do documento para abrir portas à recepção da Santa Comunhão para católicos divorciados no civil e em segundo casamento, os quais vivem em adultério — assim como para casais católicos que coabitam em fornicação.
Os comentários de Abascal são dirigidos às palavras de Cristo no Evangelho de Mateus, nas quais Ele revela o plano de Deus para o casamento “desde o princípio.”
Q: O Cardeal Gerhard L. Müller, prefeito da congregação para a doutrina da fé, disse a respeito do casamento que as palavras de Jesus são muito claras e que “nenhum poder nos céus ou na terra, nem um anjo ou um papa, nem um concílio ou lei imposta por bispos tem a capacidade de modificá-las.”
Abascal: Enquanto isso, deveria haver uma bela reflexão sobre o que Jesus realmente disse. Naquela altura, ninguém tinha um gravador para guardar as palavras. O que se sabe é que as palavras de Jesus precisam ser contextualizadas, são expressas com uma linguagem, num ambiente preciso, são dirigidas a alguém em particular.
Q: Mas se todas as palavras de Jesus precisam se examinadas e remontadas ao seu contexto histórico, então não têm um valor absoluto.
Abascal: Ao longo do último século, tem havido na Igreja um grande florescer de estudos que buscam entender exactamente o que Jesus quis dizer… Isto não é relativismo, mas atesta que a palavra é relativa, o Evangelho é escrito por seres humanos, é aceite pela Igreja, a qual é feita de pessoas humanas… Por isso, é verdade que ninguém pode alterar as palavras de Jesus, mas é necessário saber o que foram!
Q: É discutível também a afirmação (cfr. Mateus 19:3-6) “Portanto não separe o homem o que Deus juntou”?
Abascal: Eu me identifico com aquilo que disse o Papa Francisco: não se põe em dúvida, põe-se em discernimento…
Q: …isso é pôr em dúvida, porque o discernimento é avaliação, é escolher de entre opções diversas. Não há mais uma obrigação de seguir somente uma interpretação…
Abascal: Não, a obrigação permanece, mas de seguir os resultados do discernimento.
Q: No entanto, a decisão final é baseada no julgamento relativo a diferentes hipóteses. Leva em consideração a hipótese de a frase: «não separe o homem…» não ser exactamente o que parece. Em suma, põe as palavras de Jesus em dúvida.
Abascal: Não as palavras de Jesus, mas a palavra de Jesus tal como a interpretámos. Discernimento não selecciona de entre hipóteses diferentes, mas escuta o Espírito Santo, o qual – como Jesus prometeu – ajuda-nos a entender os sinais da presença de Deus na história humana.
Q: Mas como assim discernimento?
Abascal: O Papa Francisco pratica discernimento seguindo Santo Inácio, tal como toda a Sociedade de Jesus: é necessário procurar para encontrar, disse Santo Inácio, a vontade de Deus. Não é uma busca frívola. O discernimento leva a uma decisão: é necessário não só avaliar, mas decidir.
Q: E quem deve decidir?
Abascal: A Igreja sempre reiterou a prioridade da consciência pessoal.
Q: Portanto, se a consciência, após o discernimento, disser-me que posso receber comunhão mesmo que a norma não providencie essa possibilidade…
Abascal: A Igreja desenvolveu-se ao longo dos séculos, não é um pedaço de betão armado. Nasceu, aprendeu, mudou. É por isso que se realizam os concílio ecuménicos, para tentar pôr em evidência os desenvolvimentos da doutrina. Doutrina é uma palavra que não gosto muito, traz consigo a imagem da dureza da pedra. Em contrapartida, a vida humana é muito mais matizada, nunca é preta ou branca, é um desenvolvimento contínuo.
Q: Parece que estou a entender que para vós há uma prioridade da prática do discernimento sobre a doutrina.
Abascal: Sim, mas doutrina faz parte do discernimento. Um verdadeiro discernimento não pode prescindir da doutrina.
Q: Mas pode chegar a uma conclusão diferente da doutrina.
Abascal: Isso sim, porque doutrina não substitui o discernimento, nem o Espírito Santo o faz.»
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Hernandes Moreira da Silva 1 anoLer mais...Obrigado por dizerem a verdade dos fatos.
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lp 1 anoLer mais...Este livro é um dos livros mais importantes do nosso tempo. Deus vos abençoe!
Gabriel 1 anoLer mais...Esta, sem dúvida alguma, é uma citação importantíssima. Ela demonstra que vossa posição sobre este ponto é exatamente a mesma de um Doutor da Igreja. Deus vos abençoe!
Gabriel 1 anoLer mais...Uau!
Adilio 1 anoLer mais...Abominação, cisma e Eresia. o que se poderia esperar de um demônio!!!
Hernandes Moreira da Silva 1 anoLer mais...Obrigada muito pela explicação detalhada! ;)
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